Crise: oportunidade para novas marcas e/ou desconhecidas

Crise econômica é oportunidade para aumentar market share

Com o agravamento da crise econômica atual no Brasil, queda nas vendas, alta da inflação, fechamento de empresas, aumento do desemprego e perda substancial da renda das famílias, o brasileiro vem tomando uma atitude muito interessante e inteligente, ao pesquisar mais os preços (cultura que vem desde a inflação galopante dos anos 80) e a experimentar novas marcas.

Muitas dessas marcas eram até então completamente desconhecidas pelo público de grandes centros urbanos – e ainda há várias desconhecidas – e não atingem o consumidor com nenhum tipo de publicidade, mas viraram opção para os grandes e pequenos varejistas para oferecer produtos de qualidade por um preço mais acessível. Essas marcas são hoje a solução para consumidores com tiveram seu poder de compra reduzido e que vem cortando gastos.

Nos últimos 3, 4 anos vemos que produtos de indústrias menores, algumas regionais, ganharam mais espaço nas gôndolas de grandes supermercados nas grandes cidades. Até então esses produtos não conseguiam espaço nessas redes varejistas, não deviam conseguir sequer negociar ou as negociações eram muito desfavoráveis, proibitivas até.

Um exemplo claro desse movimento no mercado e no setor de alimentos. Novas marcas se fazem mais presentes à mesa do brasileiro, como Laticínios Verde Campo, Canto de Minas e Trevo, biscoitos Richester e Vitarella, Vilma Alimentos (que tem várias marcas desconhecidas em grandes centros, umas mais populares e outras premium), Embutidos Saudali, Sucos New Frut, Refrescos Camp e Alimentos OutBack.

Ganharam espaço também no cardápio do brasileiro as marcas genéricas ou mesmo unbranded, as que levam o nome dos próprios supermercados ou as que são de seus grupos, como as marcas Carrefour; e as arcas Qualitá e Taeq, do Grupo Pão de Açúcar.

Essas empresas devem aproveitar a crise para consolidarem suas marcas, não só ampliando a distribuição, pela presença no ponto de venda, mas também as promovendo nas mídias certas e linguagem adequada. Ótimo exemplo é a Piracanjuba, que investiu fortemente ao contratar Bruna Marquezine para apresentar a marca ao Brasil.

A crise é oportunidade também para quem já estava estabelecido no mercado, na liderança ou com um bom market share, para observar o comportamento dos consumidores e analisar o que essas marcas novas oferecem e como operam. É uma ótima oportunidade para se mexerem e continuarem competitivos, com a melhoria de processos, da logística e na otimização da cadeia de fornecedores e dos custos.

Que as empresas não deixem de investir em inovação no momento de crise. Precisam continuar testando novos produtos que possam fazer frente aos tradicionais e aos novos concorrentes. E sem deixar de investir nas ferramentas de marketing, promoção e distribuição de forma a não impactar tanto seus custos e o preço final ofertado, para não perderem o lugar na mente de seus consumidores ou para não serem trocadas de vez.